Publicações

Ancient History from Below: Subaltern Experiences and Actions in Context

Cyril Courrier e Julio Cesar Magalhães de Oliveira (eds.)

Autores/as: Brent Shaw, Julio Cesar Magalhães de Oliveira, Cyril Courrier, Kostas Vlassopoulos, Nicolas Tran, Claire Taylor, Cristina Rosillo-López, Kim Bowes, Gabriel Zuchtrigel, Renata Senna Garraffoni, Fábio Augusto Morales, Alex Gottesman, Fábio Duarte Joly, Pedro Paulo A. Funari.

Ancient History

Se a História Antiga está especialmente suscetível a uma abordagem vista de cima, devido à natureza de nossos documentos e à sua análise por especialistas modernos, outra História Antiga - vista de baixo - é de fato possível. Este volume examina as possibilidades e os desafios envolvidos em sua escrita.

 

 

 

 

 


Public Opinion and Politics in the Late Roman Republic

Cristina Rosillo-López

Este livro investiga os mecanismos de funcionamento da opinião pública na República Romana Tardia como parte da política informal. Ele explora a interção política (e, às vezes, a oposição) entre a elite e o povo por vários meios, como os rumores, as fofocas, a literatura política, os versos populares e os grafites. Ele também propõe a existência de uma esfera pública na República Romana Tardia e analise a opinião pública nesse período como um sistema de controle. Aplicando o spatial turn à política, torna-se possível estudar a sociabilidade e os encontros informais nos quais a opinião pública circulava. O que emerge deste estudo é um conceito amplo de participação política do povo que não é mais restrita às eleições ou à participação nas assembleias.

 

 


Popular Culture in the Ancient World

Lucy Grig (ed.)

Autores/as: Lucy Grig, Mirko Canevaro, James Robson, Cristina Rosillo-López, Cyril Courrier, Tom Hawkins, Alexandre Vincent, Jerry Toner, Victoria Jennings, April Pudsey, Nicola Denzey Lewis, Jaclyn Maxwell, Julio Cesar Magalhães de Oliveira.

Popular Culture in the Ancient World é o primeiro livro a oferecer um estudo interdisciplinar do assunto. Tema tradicionalmente negligenciado pelos classicistas, a cultura popular oferece uma nova janela para se ver o mundo antigo. Um grupo de estudiosos de vários países enfrenta neste livro um leque fascinante de assuntos e objetos: desde oráculos até o vestir, desde brinquedos até a especulação teológica. Diversas abordagens comparativas e teóricas são usadas ao lado de muitas fontes antigas para oferecer uma abordagem ampla e rigorosa da cultura popular antiga. Depois de uma introdução substantiva, o livro se move da Grécia clássica ao Império Romano e até à Antiguidade Tardia. O livro enriquece nossa compreensão do mundo antigo, bem como do legado da Antiguidade em nosso próprio mundo.

 


La plèbe de Rome et sa culture (fin du IIe siècle av. J.-C. - fin du Ier siècle ap. J.-C.)

Cyril Courrier

Longe dos clichês que durante muito tempo foram associados à plebe urbana de Roma, este livro visa reconstituir sua composição, seu papel e seu imaginário social da época dos Gracos àquela de Domiciano. Cyril Courrier reformula a história desse grupo em um quadro novo, recorrendo sobretudo à sociologia e ao conceito de cultura, a fim de evidenciar a existência de um mundo que lhe teria sido próprio, um mundo do qual nós percebemos traços tangíveis em domínios tão diversos quanto a relação à profissão, ao espaço urbano ou à política, mas que seria conveniente de interrogar sob o ângulo de sua coerência, condição essencial para falarmos de cultura. Existiria uma combinação de comportamentos que teria permitido a essa plebe se conceber como um todo verdadeiro? Em outras palavras, ela tinha consciência de si mesma? A resposta deve ser buscada do lado da estabilidade demográfica e da unidade sócio-espacial conferidas pela megápole à população de um milhão de habitantes de uma capital de império para a qual as condições de vida não eram de modo algum aquelas da "cidade-túmulo" tantas vezes descrita. A plebe não era um lumpenproletariado, com seus ouvidos atentos aos menores rumores de sublevação, mas um elemento estável na sociedade romana, composta de estratos profundamente ancorados no espaço urbano, de camadas médias dispondo de alguns bens que permitiam a seus detentores de se reconhecer na cidade e em suas instituições. Assim, a plebe tinha uma consciência política e sabia se fazer ouvir pelos governantes. Ela não era, porém, monolítica. Muito ao contrário, ela era dividida em subgrupos que, a exemplo da plebs media, a estruturavam em quanto sistemas de pertencimento ao mesmo tempo verticais e horizontais. Uma identidade complexa de facetas múltiplas.


Potestas Populi: Participation populaire et action collective dans les villes de l'Afrique romaine tardive (vers 300-430 apr. J.-C.)

Julio Cesar Magalhães de Oliveira

Comparado ao interesse dos estudiosos pela política popular na Grécia Clássica ou na República Romana, o estudo da plebe urbana no Império Romano Tardio tem sido notavelmente negligenciado, a despeito das discussões recorrentes sobre a violência popular no período. Este livro é uma tentativa de reverter essa situação para o caso particular das províncias romanas da África do Norte, do começo do século IV até a conquista vândala. Seu principal objetivo é o de compreender as formas e as condições da participação popular e da ação coletiva nas cidades africanas, colocando-as no contexto mais amplo das atividades econômicas, relações sociais e tradições culturais da plebe. Afim de explorar a lógica inerente a cada ação das multidões, o autor analisa um número de episódios de intervenção popular revelados pelas fontes eclesiásticas dos séculos IV e V, sobretudo pelas cartas e sermões de Santo Agostinho. Esses estudos de caso, porém, são precedidos de uma análise mais geral das evidências textuais e arqueológicas sobre as experiências formativas da vida plebeia: trabalho, condições de habitação e redes de sociabilidade. Esse contexto mais amplo visa fornecer um melhor entendimento das bases a partir das quais os membros da plebe urbana podiam estabelecer relações de solidariedade horizontais e cultivar uma cultura política que prescrevia e legitimava suas formas de ação coletiva.


Greeks and Barbarians

Kostas Vlassopoulos

Este livro é uma síntese ambiciosa das interações sociais, econômicas, políticas e culturais entre gregos e não-gregos no mundo mediterrâneo durante os períodos arcaico, clássico e helenístico. Ao contrário das distinções tradicionais e estáticas entre os gregos e os outros, Kostas Vlassopoulos explora a diversidade de interações entre gregos e não-gregos em quatro mundos paralelos e interconectados: o mundo das redes, o mundo das apoikiai ("colônias"), o mundo pan-helênico e o mundo dos impérios. Essas diversas interações suscitaram processos de globalização, mas a emergência de uma koiné cultural e material compartilhada ao longo do Mediterrâneo foi também acompanhada por diversos modos em que as culturas gregas e os não-gregas adotaram e adaptaram elementos dessa koiné global. O livro explora o papel paradoxal da cultura grega no processo da globalização antiga e o modo peculiar em que a cultura grega foi moldada por sua interação com as culturas não-gregas.


A Democracia Ateniense pelo Avesso: Os Metecos e a Política nos Discursos de Lísias

Fábio Augusto Morales

DemocraciaFábio Morales analisa neste livro a questão dos estrangeiros residentes na polis ateniense no final do século V e início do IV a.C, debruçando-se sobre os discursos de Lísias, um meteco domiciliado que defendeu a democracia ateniense mesmo não sendo cidadão. O autor propõe pensar a exclusão e a política tomando-se por base um ponto de vista meteco, por meio da análise do chamado Corpus Lysiacum, que compreende uma série de discursos atribuídos a Lísias, preservados ao longo dos séculos. Para Maria Beatriz Borba Florenzano, o autor demonstra neste livro os “lugares possíveis da política”, em que os metecos podiam agir, além de influenciar em decisões e na escolha de caminhos para a cidade que compartilhavam com os cidadãos. Explorando as sutilezas dos discursos do logógrafo Lísias, o autor esclarece as contradições que dão tanto tempero a essa que foi uma das maiores cidades do mundo grego antigo.

 


Libertate opus est: Escravidão, manumissão e cidadania à época de Nero (54-68 d.C.)

Fábio Duarte Joly

Este livro apresenta um estudo da escravidão no principado de Nero (54-68 d.C.), centrando-se nas conexões entre o campo político e o campo das relações escravistas na Roma imperial. Considera-se, portanto, o Alto Império, do ponto de vista do desenvolvimento da escravidão, não como um período estático, mas caracterizado por tensões políticas de diferentes graus no que concerne à situação social de escravos e libertos. Após exposição e crítica do conceito de sociedade escravista como aplicado ao Império Romano, são analisadas as fontes literárias contemporâneas e posteriores a Nero. Dentre elas, contam-se Tácito, Suetônio, Dião Cássio, Sêneca, Petrônio e Columela. O objetivo é apontar as consequências políticas da manumissão do escravo na Roma antiga e seu papel estruturante nos quadros de uma sociedade escravista. 


Gladiadores na Roma Antiga: dos Combates às Paixões Cotidianas

Renata Senna Garraffoni

A figura do gladiador romano tem despertado interesse e fascinação ao longo da História. Entretanto, a construção social do imaginário do gladiador pouco tem a ver com sua realidade. Neste livro, Renata Senna Garraffoni desenvolve de maneira simples e clara um olhar crítico sobre as principais obras historiográficas relativas ao tema. Este é o ponto de partida a partir do qual a autora, utilizando-se de documentos escritos e da cultura material da época constrói uma visão alternativa do gladiador e seu mundo. Por tudo isto, Gladiadores na Roma antiga: dos combates às paixões cotidianas é leitura obrigatória para todos aqueles interessados em conhecer quem foram e como viveram os gladiadores romanos. (Andrés Zarankin).